Não possuo nenhuma memória muito longa da minha infância. Talvez uma que esteja mais vívida foi a vez em que eu e meu irmão Diego combinamos com nosso primo (de criação) Michel que iríamos dormir na casa dele. Nós morávamos na rua mais alta do bairro. A casa do Michel ficava duas ruas abaixo. A casa dele ficava a uns 300 metros em linha reta, talvez. Mas precisamos fazer um "S" para chegar até ela. Contornando as ruas, a distancia do trajeto mais do que duplicava.
Era incrível a nossa capacidade de inventar brincadeiras. Vivíamos criando novos jogos (a maioria bem ruim). Com o Michel, nunca ficávamos entendidos. Lembro que nos arrumamos e fomos bem cedo. Andamos sozinhos com nossas mochilas nas costas através de cinco ruas até chegar da esquina certa. Fomos recebidos, entramos. Mas a verdade é que não lembro dos detalhes dessa visita. O evento que ficou marcado foi a preocupação e "saudade" que o Diego sentiu de casa, da nossa mãe. Não lembro se eu tinha a opção de ficar. Lembro de querer ficar. Mas lembro de ficar com medo de estar sendo desapegado demais com minha mãe.
De toda forma, no momento seguinte eu estava "apertando o passo" para conseguir acompanhar os passos do meu irmão mais velho no caminho de volta. Já eram umas 21 horas, eu acho. Queria muito lembrar da cara de surpresa da minha mãe ao nos receber de volta. Hoje eu imagino o quanto ela deve ter se tranquilizado. Ela conta essa história com um sorriso no rosto.
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